Ágatha
Criada em 1990, a Ágatha de Ceiça Gioielli, é uma das estréias da edição de verão 2012 do Fashion Rio. A marca fez muito bem, apresentando um desfile com forte expressão de moda, diferenciado e específico.
Com uma cartela de cor restrita - branco, pele, verde-folha e prata - e um tema difícil - inspirada em elementos que remetem ao início - a grife focou nas texturas criadas por trabalhos como crochê, matelassê, macramé e bordados de paetê de couro.
A modelagem é ampla, e em alguns momentos um pouco geométrica, arquitetônica. A Ágatha fez uso de tecidos nobres como cetim de seda, georgette, organza. Couro e nylon também estavam presentes.
Interessante o trabalho com o volume, tanto através das formas, quanto em amarrações e sopreposições. Os vestidos são curtos, porém folgados, assim com as calças de cintura baixa, acompanhadas por camisetas igualmente largas.
R. Groove Já a R. Groove, única grife exclusivamente masculina do line-up, trouxe uma coleção acertada. Entre as peças, pequenas ousadias como as camisas de ombros à mostra e camisetas com mangas até o cotovelo. O duo blazer + shorts é a proposta para o verão 2012. Listras horizontais sobrepostas em desenhos tropicais e estampas de madeira chacoalharam a coleção, que abusou do off-white.
Coven É preciso criatividade para criar uma coleção. Ainda mais quando uma marca se propõe a sempre trabalhar um mesmo material, reinventando-o.
A cada nova temporada, o processo de construção de coleção da Coven é sempre a dedicação da construção do pano de tricô. Dessa vez, a marca foi até a ancestral Índia para buscar inspiração.
A tradução dessa viagem apareceu na modelagem – cintura alta de saias e calças, além das mini blusas – nas estampas e no trabalho bordado – exuberante e inspirado padrões de desenhos de tecidos e tatuagens de henna.
As borboletas bordadas formavam arabescos expressivos que, em conjunto com a modelagem justa das saias, formavam looks sensuais e modernos. As listras apareceram bastante: em misturas com estampas; mais largas e em forma de color blocking; e luxuosas através do uso de fios de lurex em ouro e prata, que lembravam os bordados indianos.
A marca conseguiu explorar o tema de uma forma diferente, trazendo modernidade e tornando as peças desejáveis.
Blue Man Sob direção de Thomaz e Sharon Azulay, sobrinho e filha, respectivamente, de David Azulay, a Blue Man fechou o terceiro dia de Fashion Business com sob um clima de revival.
A marca puxou pela memória seus grandes momentos e lhes prestou uma homenagem, tendo como ponto de partida o projeto Terra Brasilis, lançado nos anos 70 pela Blue Man, e posteriormente incorporado à
marca. E foi inspirado pelos valores desse projeto que o próximo verão ganhou forma e cor.
Os tamanhos eram, por vezes, mínimos. Com recorte assimétrico e lançando mão de amarrações e do efeito torcidinho, maiôs e biquínis envolviam a cintura das modelos.
A diversidade da fauna e flora nacional foi a maior fonte de inspiração para as estampas. Araras, flores e folhagens formaram um conjunto muito bonito.
Na parte de cima, a clássica cortininha apareceu bastante, e o sutiã meia-taça surgiu de forma pontual. As calcinhas, de lacinho, eram quase sempre mímimas.
Vimos poucos maiôs inteiros. A grande maioria ganhava um corte diferenciado.
Com a presença da modelo transexual Lea T. no casting, a dupla apresentou uma coleção cheia de inovações na modelagem e boas propostas de recortes e amarrações.
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